segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Francesca Michielin - Nessun grado di separazione - Sanremo 2016

Uma janela entre as estrelas

Mudando a cara, mudo o jeito de pensar
Se uma gota de uma lágrima derramada
Acaricia seu rosto enquanto você ri e diz que é "a chuva"
E é mais doce o medo se você me tem em um abraço teu
Posso sentir até o cheiro da noite
Enquanto você continua a me surpreender
Desenho uma janela entre as estrelas para dividir com o céu
Para dividir comigo
E, em um momento, eu te dou o mundo
Te beijar e então descobrir que o oxigênio chega direto ao meu coração
Só se você me beijar
E não sentir necessidade mais de nada
Não pare com aquele jeito de preencher as palavas
De cores e sons capazes de mudar
O mundo que eu não era capaz de ver
E é mais doce o medo se você me tem em um abraço teu
Posso sentir até o cheiro da noite
Enquanto você continua a me surpreender
Desenho uma janela entre as estrelas para dividir com o céu
Para dividir comigo
E, em um momento, eu te dou o mundo
Te beijar e então descobrir que o oxigênio chega direto ao meu coração
Só se você me beijar
E não sentir necessidade mais de nada
Desenho uma janela entre as estrelas para dividir com o céu
Para dividir comigo
E, em um momento, eu te dou o mundo
Te beijar e então descobrir que o oxigênio chega direto ao meu coração
Só se você me beijar
E não sentir necessidade mais de nada

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Nessun grado di separazione - Francesca Michielin


di Cheope - F. Abbate - F. Michielin - F. Gargiulo
Ed. Universal Music Italia/Sony/ATV Music Publishing (Italy) - Milano
È la prima volta che mi capita 
Prima mi chiudevo in una scatola 
Sempre un po’ distante dalle cose della vita 
Perché così profondamente non l’avevo mai sentita
E poi ho sentito un’emozione accendersi veloce 
E farsi strada nel mio petto senza spegnere la voce
E non sentire più tensione solo vita dentro di me 
Nessun grado di separazione 
Nessun tipo di esitazione 
Non c’è più nessuna divisione tra di noi
Siamo una sola direzione in questo universo
Che si muove 
Non c’è nessun grado di separazione 
Davo meno spazio al cuore e più alla mente
Sempre un passo indietro 
E l’anima in allerta
E guardavo il mondo da una porta
Mai completamente aperta 
E non da vicino
E no non c’è alcuna esitazione
Finalmente dentro di me 
Nessun grado di separazione 
Nessun tipo di esitazione 
Non c’è più nessuna divisione tra di noi
Siamo una sola direzione in questo universo
Che si muove 
Nessun grado di separazione 
Nessuna divisione 
Nessun grado di separazione
Nessun tipo di esitazione 
Non c’è più nessuna divisione tra di noi
Nessuna esitazione
Siamo una sola direzione in questo universo
Che si muove
E poi ho sentito un’emozione accendersi veloce 
E farsi strada nel mio petto senza spegnere la voce

Il diluvio universale - Annalisa Scarrone


di D. Calvetti - A. Scarrone - D. Calvetti
Ed. Warner Chappell Music Italiana - Milano
L’amore non è una colpa
Non è un mistero
Non è una scelta
Non è un pensiero
L’amore quello dei film
L’amore del «che segno sei?...»
C’è affinità, un aperitivo, chissà se mai…
Magari… qualcosa… qualcosa succederà
L’amore di questa notte
Non conta niente,
Anzi, sia maledetto
E maledettamente
Io non tornerò
Perché non hai futuro
E io ha già poco tempo per me stessa,
Figuriamoci per gente come te
E intanto prendo questa metropolitana
L’unica che sorride è una puttana
E allora io preferisco sognare
Perché è così, è così, io lo so
Che mi lascio andare
E tu, che resti l’unico al mondo
Come una stanza da rifare,
Resti immobile all’altare,
Sei una canzone che non ho
Mai saputo cantare
L’amore succederà
O forse è già successo
Ma tu non l’hai visto
E lo vedi solo adesso
Ma stasera rimango a casa
A cucinare la vita
Come fosse un buon piatto da buffet
Lo so… l’amore è spudorato
L’amore è egoista
L’amore è un atto di necessità di te
E mentre sfoglio un altro stupido giornale
Penso che in fondo sia tutto regolare
E intanto io preferisco sognare
Perché è così, è così, io lo so
Che mi lascio andare
E allora io preferisco sognare
Perché da qui la realtà si nasconde meglio che
Sotto il diluvio universale
E tu, dall’altra parte del mondo
Come una stanza da rifare,
Resti immobile all’altare,
Sei la canzone che non ho
Mai saputo cantare

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Adormecida

Ses longs cheveux épars la couvrent tout entière
La croix de son collier repose dans sa main,
Comme pour témaigner qu'elle a fait sa prière.
Et qu'elle va la faire en s'éveiliant demain.

A DE MUSSET

Uma noite eu me lembro... Ela dormia
Numa rede encostada molemente...
Quase aberto o roupão... solto o cabelo
E o pé descalço do tapete rente.

'Stava aberta a janela. Um cheiro agreste
Exalavam as silvas da campina...
E ao longe, num pedaço do horizonte
Via-se a noite plácida e divina.

De um jasmineiro os galhos encurvados,
Indiscretos entravam pela sala,
E de leve oscilando ao tom das auras
Iam na face trêmulos - beijá-la.

Era um quadro celeste!... A cada afago
Mesmo em sonhos a moça estremecia...
Quando ela serenava... a flor beijava-a...
Quando ela ia beijar-lhe. . . a flor fugia. . .

Dir-se-ia que naquele doce instante
Brincavam duas cândidas crianças...
A brisa, que agitava as folhas verdes,
Fazia-lhe ondear as negras tranças!

E o ramo ora chegava ora afastava-se...
Mas quando a via despeitada a meio,
P'ra não zangá-la... sacudia alegre
Uma chuva de pétalas no seio...

Eu, fitando esta cena, repetia
Naquela noite lânguida e sentida:
"ó flor! -tu és a virgem das campinas!
"Virgem!-tu és a flor da minha vida!.. ."

ALVES, Castro. Espumas flutuantes. in Poesias Completas. São Paulo : Ediouro, s.d. (Prestígio).

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

ERRO

Erro é teu. Amei-te um dia
Com esse amor passageiro
Que nasce na fantasia
E não chega ao coração;
Não foi amor, foi apenas
Uma ligeira impressão;
Um querer indiferente,
Em tua presença, vivo,
Morto, se estavas ausente,
E se ora me vês esquivo,
Se, como outrora, não vês
Meus incensos de poeta
Ir eu queimar a teus pés,
É que, — como obra de um dia,
Passou-me essa fantasia.

Para eu amar-te devias
Outra ser e não como eras.
Tuas frívolas quimeras,
Teu vão amor de ti mesma,
Essa pêndula gelada
Que chamavas coração,
Eram bem fracos liames
Para que a alma enamorada
Me conseguissem prender;
Foram baldados tentames,
Saiu contra ti o azar,
E embora pouca, perdeste
A glória de me arrastar
Ao teu carro... Vãs quimeras!
Para eu amar-te devias
Outra ser e não como eras...


Machado de Assis, in 'Crisálidas'
Obra Completa, Machado de Assis, vol. II, Nova Aguilar, Rio de Janeiro, 1994. 
Publicado originalmente no Rio de Janeiro, por B.-L. Garnier, em 1864

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Ida

Para a porta do céu, pálida e bela,
Ida as asas levanta e as nuvens corta.
Correm os anjos: e a criança morta
Foge dos anjos namorados dela.

Longe do amor materno o céu que importa?
O pranto os olhos límpidos lhe estrela...
Sob as rosas de neve da capela,
Ida soluça, vendo abrir-se a porta.

Quem lhe dera outra vez o escuro canto
Da escura terra, onde, a sangrar, sozinho,
Um coração de mão desfaz-se em pranto!

Cerra-se a porta: os anjos todos voam...
Como fica distante aquele ninho,
Que as mães adoram... mas amaldiçoam!


BILAC, Olavo. Antologia : Poesias. São Paulo : Martin Claret, 2002. Alma Inquieta. (Coleção a
obra-prima de cada autor).